22 de julho de 2004

Não resisto a esta versão da "Nau Catrineta"

A NAU CATRINETA


> Lá vem a Nau Catrineta
> Que tem muito que contar
> São Paulo Portas à proa
> Santanás a comandar
>
> Ouvi agora senhores
> Uma história de pasmar
> D. Bagão conta o pilim
> D. Morais trata das velas
> D. Guedes limpa com VIM
> Tachos, pratos e panelas
>
> D. Pereira na enfermaria
> Conta pensos e emplastros
> E o D. António Mexia
> Põe vaselina nos mastros
>
> D. Durão deu à soleta
> Enjoou de andar à vela
> E Santa Manuela Forreta
> Largou-os sem lhes dar trela
>
> Aflito El-Rei Sampaio
> Com estas novas tão más
> Disse aos bobos de soslaio
> Chamai lá o Santanás
>
> Aqui estou meu Senhor
> Vós mandasteis-me chamar?
> Soube agora desse horror
> D. Durão vai desertar?
>
> Cala-te lá meu charmoso
> Não me lixes mais a vida
> Troco um cherne mal-cheiroso
> Por um carapau de corrida?
>
> Pobre da Nau Catrineta
> Já lamento a tua sorte
> Esta marinhagem da treta
> Nem sabe onde fica o Norte
>
> Parece que já estou vendo
> Em vez de descobrir mundo
> Ao primeiro pé de vento
> Espetam com o barco no fundo
>
> Ou então este matraque
> Com pinta de Valentino
> Gasta-me a massa do saque
> Nas boîtes do caminho
>
> Não se aflija meu Rei
> Que agora vou assentar
> Pois depois do que passei
> Cheguei onde quis chegar
>
> E por aquilo que passei
> Aqui ninguém nos escuta
> Eu quero mesmo é ser Rei
> E vamos embora à luta

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