16 de julho de 2004

Caixas do correio.

Já reparei que o spam escrito, que nos chega à caixa de correio, entregue por um carteiro com uma farda toda modernaça, difere de zona para zona.
Como moradora de um bairro, com uma taxa de ocupação grande  de pessoas de mais idade (ainda muito maior do que a minha, Efe:) ) recebo as seguintes informações:
Actividades da paróquia, jornal da freguesia, milhentos cartões de formas de recuperação de habitações e arranjos  domésticos, videntes africanos qualificados, preços novos do Mini Preço, excursões para terceira idade a Fátima e ao Minho, promoções da Conforama, Reader´s Digest e a Deco a chagarem para eu os assinar e acho que é tudo.
Nada de promoções do IKEA, Carrefour,Lidl, restaurantes de entrega ao domicílio,ofertas culturais ou outras mais.
Ou seja estou qualificada como uma cidadã que compra no MiniPreço, precisa de arranjar a casa, vai à igreja, gosta de excursões com garrafão de vinho, às vezes consulta um espírita africano e que necessáriamente precisa de ler e de se informar como consumidora.
Nada mais deprimente.
Até fico feliz quando chega a revistinha sobre livros que assino e as promoções do El Corte Inglês. Sinto-me um pouco mais humana.
Depois penso no que estará espalhado nas outras caixas de correio que abandonei de Benfica. Centenas e centenas de papelada inútil. Que devem continuar a enviar cegamente.
Enfim, intervalei o sono, escrevi post e bebi água, vou continuar a dormir.
 
 
 

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