23 de março de 2004

Primeiro post da primavera

Talvez eu seja mesmo uma espécie qualquer de lagarto, em que o frio me faz hibernar e ficar parado, embotado... verdeiramente estúpido, de verdade!
Dei por mim a ler, algures lá em baixo, que este blog estava cheio de conversa enfadonha e desnecessária... Acho que sim! Quanto aos outros não me pronuncio, mas fui rever os meus últimos post e, de facto, são uma miséria. Não faço mais nada do que me queixar que tenho frio, que estou triste, que me doem as costas, que ando murcho, que blá blá... mas que triste choradinho!
Sinceramente, não sei quem escreveu aquilo. Juraria que não fui eu... talvez, apenas o meu outro eu, de que vos falei no Verão passado.
Prometo que passarei a andar melhor... talvez, se o outro ficar quietinho.

Entretanto, não tenho livros para vos recomendar. Os que tenho andado a ler são deveras maçadores e só falam de coisas que interessam a seis ou sete parvos em Portugal. Dizem coisas muito aborrecidas, tipo: Admite-se que o CCR tenha uma etiologia multifactorial...
Também não vos recomendo nenhum filme. Isto porque não vi nenhum nos últimos tempos... ou melhor, vi um mas achei muito triste, tanto que até chorei. Por isso não o recomendo, nem digo qual foi.
Só vos aconselho um blog!

E para acabar, uma pequena provocação:
Hoje, li e ouvi, o estabelecer de vários paralelismos entre o atentado de 11 de Março em Madrid e o atentado de hoje contra o xeque Ahmed Yassin.
Sinceramente, não vejo nenhuma semelhança.
O Yassin não era nenhum pobre e inocente velhinho, inválido numa cadeira de rodas. O Yassin era o líder do Hamas, o homem que quase todos os dias tomava decisões de como e onde organizar atentados terroristas. O Yassin sabia ao que andava, sabia que, em nome de uma causa, mandava matar... e que por essa causa poderia ser morto.
Ou seja, dentro da lógica paranoide em que vivem os israelitas e palestinianos, este assassinato é um acontecimento natural... normal, digamos.
No fundo, existe uma certa legitimidade nesta morte...
O mesmo nunca se poderá dizer do atentado de Madrid.

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