21 de novembro de 2003

Marés mortas

Após muitos tempos de indecisões e incertezas, avanços e recuos, insónias e bocejos, tomei a decisão que vai mudar a minha vida. Parece uma coisa muito radical? Dramática, talvez? Sim, é claramente um exagero, mas era uma coisa que andava para ser feita desde há 3 anos, 7 meses e 27 dias.
E agora depois de ter decidido, fica uma espécie de "vazio". Não que não estivesse à espera, para mim é sempre assim: o caminho para uma grande decisão é como a escalada de uma enorme montanha. Chega-se lá acima, grita-se "consegui!", enche-se o peito de ar e pensa-se: "e agora...?" Ora, agora tem que se descer a montanha!
Agora vou ficar quietinho, a ver o que dá, esperar que passe a morrinha...
Estou em maré morta, as àguas não correm.

Estou como Cavaradossi:
E lucevan le stelle...
ed olezzava la terra...
stridea l'uscio dell'orto...
e un passo sfiorava la rena...
Entrava ella, fragrante,
mi cadea fra le braccia...
Oh! dolci baci, o languide carezze,
mentr'io fremente
le belle forme disciogliea dai veli!
Svanì per sempre
il sogno mio d'amore...
L'ora è fuggita...
E muoro disperato!
E non ho amato mai tanto la vita!...


Mas não vou ser fuzilado :)

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