16 de outubro de 2003

Nuvens

Estava pejado de nuvens o céu ao voltar para casa. Pela janela do comboio vi um buraco azul. Totalmente desimpedido. Vigoroso entre as nuvens lá de cima - pesadas - e as nuvens cá de baixo - aquelas que parecem estar penduradas por arames e cabos - firmes. Com o andar da carruagem o céu começou a rasgar-se por baixo - como um pano a rasgar-se pela costura - e o rasgão ia aumentando à medida que eu me ia aproximando de casa, até ao momento em que, mesmomesmomesmo quasequase em casa, era só um tufo de nuvem mal amanhado, com uma orla daquela luz amarela dos finais de tade. Estava sol quando voltei a casa, e não voltou a chover. E eu estava alegre. E estou.

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