13 de outubro de 2003

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Os melhores conselhos para falar em público são dois: falar pouco e falar devagar. É claro que fazer-se passar por simpático ajuda sempre. Por outro lado, e indo um pouco contra a intuição comum, é preferível ser agressivo do que ser monocórdico: é preferível deixar as pessoas acordadas por temor do que deixá-las dormir por aborrecimento.

O sono repara tudo. Mas não se deve aproveitar o sono para fugir à vida. Não se deve fugir à vida.

As ruas lisboetas com mais dejectos de cães são curiosamente as ruas dos bairros chiques. O exemplo superlativo são os passeios do Bairro Azul. Saudades do Fernando Peça...

Uma das minhas madrinhas é a Maria América. Lembro-me de comer talhadas de melancia gigantes em casa dela e de brincar nos tractores e numa camioneta enorme.

Eu não tenho gatos, nem cães e nunca fui a um casamento.

O som "es" é o distinctivo da língua portuguesa. É o som português mais difícil para os outros europeus e é também o som que eles dizem ouvir mais vezes quando ouvem portugueses a falar.

Quando olhamos para o abismo o abismo devolve-nos o olhar: os grandes enigmas ou os grandes problemas são assim mesmo: não comportam em si mesmos nenhuma resposta. E se comportassem, seriam decerto munidos de uma personalidade truculenta que os impediria de no-la revelar. É curioso como, na primeira foto desta trilogia, o corpo apresentava-se sexualmente ambíguo e agora, na terceira, percebe-se que é mulher só pelo pé. Que dom maravilhoso existirem curvinhas!

Ricardo

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