30 de outubro de 2016

Dúvida atroz




Quem de nós ficará pra depois?
Nós três, nós quatro, nós dois? 

Quando na taça o vinho estiver,
Haverá quem celebre?
Quem ainda queira beber? 

E que sabor vai ter?
Taninos apurados, 
frutados, 
buquê!

Qual boca vai sentir 
o que os meus olhos não vão ver?

Faz pouco sentido 
querer agora saber.

No justo espaço 
entre o gole e o cansaço
Fico com o riso ampliado 
Por trás do vinho rosé. 

Quem vai querer saber?
Pra quê? 




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