18 de junho de 2014

Evocando José Saramago


Saramago deixou-nos num dia 18 de junho e assim passaram quatro anos. Dos títulos lidos, foi diverso o acolhimento de leitora, embora – rejeitando apreciações à superfície – o talento sempre foi inegável (a avidez de leitura ou o seu contrário não devem conduzir a apreciações levianas). Ficará, a título ilustrativo, a genialidade de O Ano da Morte de Ricardo Reis a exigir a leitura prévia de textos de um outro grande nome da nossa Literatura (e sai o sorriso amargo, ao verificar os bestsellers, os destaques nas livrarias). Ainda a memória daquele dia em que, em frente ao televisor, soubemos da atribuição do Nobel. "Lembra-se de ali se ter sentado em outros tempos, tão distantes que pode duvidar se os viveu ele mesmo, Ou alguém por mim, talvez com igual rosto e nome, mas outro." – José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis

foto: Eduardo Gageiro in Lisboa no Cais da Memória

15 de junho de 2014

Brasília vestida para a festa do Futebol


Minha cidade, moderna,
que em curvas e linhas 
traduz o belo
hoje dispensa o concreto
e se cobre de verde e amarelo

Orgulho de menina
Debutante em festa de gala
mas absolutamente verdadeiro
De um encanto tão intenso 
que me faz perder a fala

Por conta da bola que rola
Brasília se envaidece
no gramado do Mané
e passa o dia a sorrir
um riso definitivo
de menina, de mulher

E sorrindo nos alenta
de toda a tristeza da vida
A cidade construída
no Planalto Central do Brasil 
abre as asas sob o sol
para ser, só por uns dias,
a Capital do Futebol





Na última sexta-feira, a natureza resolveu
entrar na roda. A noite pintou a
Lua de amarelo e a serviu, saborosa,
sobre o prato da Câmara Federal.
Carlos Vieira viu e registrou essa
composição magistral.