3 de outubro de 2013

No céu de Brasília, nas mãos de JK


Por Maranhão Viegas*
O fundador, no horizonte de Brasília. 
Eis que o sol da manhã ainda não tinha nascido, aqui no Brasil, quando começo a escrever para Teresa Guerreiro em busca de um livro. Penso em dá-lo de presente a meu pai. “Cartas de um Português” é o nome do livro. A conversa evolui para o receio do fim do blog que ela assina há mais de dez anos, "Dias que Voam".

Falo da minha sensação de tristeza quando vi a postagem que sugeria a “morte anunciada do blog”. Digo a ela que não desista e que se precisar de algo, que conte comigo. E eis que Teresa me convida para contribuir com o blog.

Um convite feito assim, da forma que só a internet nos proporciona, de bate-e-pronto e d'além mar. Eu e Teresa somos “novos velhos amigos de uma vida inteira”. Eu já falei dos seus escritos em meu blog. Ela já citou os meus escritos no blog no dela. Trocamos cordialidades literárias. Viramos amigos.

Agora, Teresa me estende uma ponte imaginária que me permite uma viagem emocional. Vou ao Velho Continente passando pela “Rua dos Dias que Voam”.  Vou pra lá, sem tirar os pés daqui. E procurarei levar em minhas linhas um pouco do Brasil que me habita, desde o nascimento. Desde as manhãs de sol da Madre Deus, bairro onde nasci, na ilha de São Luis do Maranhão.

Não por coincidência, os nomes dos lugares de minha terra tem tanto a ver com os nomes dos lugares da terra de Teresa. Não só isso. A música, a poesia, a arquitetura, o cinema, os ritmos e sabores... Tudo entre nós, inclusive o mar, guarda identidade comum.

Teresa obrigado por me receber em “sua casa”.  Vou cuidar para que a minha contribuição, daqui de longe, sirva aos seus leitores.

E para começar, mando uma foto de Brasília. Melhor, uma foto do memorial construído para homenagear o “Fundador”, Juscelino Kubitschek, aqui entre nós, carinhosamente chamado de JK. Juscelino foi um visionário que tirou do papel, em cinco anos, uma cidade monumento. Museu a céu aberto que orgulha todos nós brasileiros e que virou patrimônio da humanidade.

A foto é de autoria de Alessandro Dantas, fotografo de primeira qualidade e grande amigo. Foi feita num fim de tarde, deste início de primavera. E mostra a estátua de Juscelino, no alto do monumento construído por outro gênio da raça, o arquiteto Oscar Niemeyer.

Olhando assim, Juscelino, estende a mão e alcança o céu de Brasília. Eu não teria imaginado uma maneira melhor para começar a escrever aqui. 

Maranhão Viegas* é jornalista brasileiro, nascido no bairro da Madre Deus, em São Luis do Maranhão. Vive e trabalha em Brasília e, de agora em diante, por convite de Teresa, assume o compromisso de ser colaborador deste espaço. 

5 comentários:

T disse...

Como descendente de brasileiros, é-me muita grata a presença dum amigo do outro lado do mar neste espaço. Um dos lugares de honra de minha casa, é exactamente o malão de porão de navio, que trouxe os haveres dos meus bisavós no fim do século XIX de regresso a Portugal. Fugidos de tempos maus na pátria, encontraram um refúgio no Rio de Janeiro e aí prosperaram. Mas, após gerações lá criadas e família criada regressaram a Portugal. Estou a alongar-me, o que não é meu hábito. Mas acrescento, o sentimento de dejá vu que tive quando visitei o Brasil, prende-se certamente com memórias genéticas e tudo isso explica a minha alegria de ler o Maranhão Viegas por aqui e saber novas de outras terras:)
Obrigada amigo! Um abraço, T

carlos disse...

vem vindo a esta casa que também é tua, caríssimo maranhão :)

Maranhão Viegas disse...

Obrigado pelo carinho e pelas palavras, T e Carlos. Já me sinto em casa.

teresa disse...

... e do longe se faz perto. Distante se encontra o tempo em que havia 'léguas a nos separar', como na canção. Encurta-se a estrada, o caminho passa de 'tanto mar' a uma rota de bits.
A agradecer ainda a imagem de luz, a silhueta de JK.
Obrigada (fazendo coro com os restantes) por um primeiro post carregado de bons desígnios :)
(palavras de quem tem parentes por essas terras há tantas, tantas décadas que já nem as consegue contar)

ABS disse...

Fantástica adição ao blogue. Muito bem vindo e um abraço de um frequentador desta casa com fortes sentimentos de culpa por andar sempre sumido!