3 de outubro de 2011
Já não tenho a minha mãe
Domingo de manhã cedo, luz e silêncio com abundância, espero o autocarro para ir trabalhar. Um dos últimos noctívagos passa com a música do carro muito alta e também fico a trautear o Let it Be.
Uma mulher aí de uns quarenta anos, toda vestida de preto,
t-shirt, jeans e ténis,interpela-me "Posso pedir um favor?" e eu respondo que sim, se estiver ao meu alcance.
" Dormi com esta roupa e parece-me que estou cheia de caspa e de cabelos. Pode ajudar-me a limpar as costas, com a cor preta tudo se lhe agarra e eu não quero parecer suja.". Eu fico atónita e, com uma certa vontade de sorrir, faço o que ela me pediu, dando-lhe umas palmadas até parecer bem. Agradece-me e diz, "Sabe já não tenho a minha mãe para me fazer isto". E aqui somo a cor preta, ao ar triste e a este insólito pedido. Aperto-lhe a mão que me estende e ficamos assim.
Há tanta tristeza à solta na cidade.
Foto: Arrêt de bus dans la banlieue "Les Sapins". Bus Stop in the suburb "Les Sapins"., Magnum

tristeza e uma enorme solidão...
ResponderEliminarHá tanta cidade à solta na tristeza...
ResponderEliminarAs lágrimas chegaram num instante... Dá vontade de sair por aí a distribuir abraços, mesmo sem saber se têm mãe ou não...
ResponderEliminarTremenda solidão sim...arrepia.
ResponderEliminarPodia-me acontecer o mesmo. Mãe já não tenho, e não sei como seria a minha vida sem as minhas irmãs e amigos e amigas que me têm acompanhado ao longo dos tempos...
ResponderEliminarjá não tenho a minha mãe, é de uma tristeza e solidão que dói.
É uma dor que nunca passa...Eu sei.
ResponderEliminarAinda tenho a minha mãe, mas pela lei da vida sera ela a primeira a partir. Será sem duvida o dia mais triste da minha vida, um dia que espero que esteja longe mas que tenho de estar preparado para ele. Era bom que as nossas mães fossem eternas.....
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