30 de novembro de 2009

EM VIAS DE EXTINÇÃO

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Chamem-lhe saudosismo, melancolia miudinha, o que quiserem, mas nunca mais ouviu música como no tempo do vinil.
Não era só o ouvir, era todo um ritual ligado ao vinil. Afectos e cumplicidades.
Comprar o “LP”, alguém terá que explicar a muitos miúdos o que é um LP, trazê-lo para casa nas capas de papel, em vias de extinção, ou extintas por completo, como esta da Discoteca do Apolo 70, tirá-lo, mirar mais uma vez a capa, algumas belíssimas e surpreendentes.
Sacar o disco para fora. Passar um paninho de veludo para lhe retirar as partículas de pó, colocá-lo no prato do gira-discos, escolher uma faixa e, delicadamente, deixar cair o braço da agulha…
Depois o ritual de virar o disco, os mesmos gestos...
Sentir que havia uma relação, íntima, em tudo aquilo: capa, disco, o deslizar da agulha, ao ponto de, até os débeis risquinhos, alguns não tão débeis quanto isso, terem encanto.
Aquelas coisas, simples, insignificantes que nos emocionam até aos limites da ternura.
Não foi há mais de 30 anos, mas tudo parece perdido numa nebulosa, rodas pretas que marcaram as vidas de muitos, o tempo do vinil,
Pequenas coisas que fazem toda a diferença. Quem sabe se não é aí, nas coisas que fazem a diferença, que começam os dias felizes. Por vezes esquecemo-nos que a felicidade pode ser o somatório de pequenas coisas que fazem toda a diferença.
O vinil é um objecto de culto, um “LP” emana calor, um CD é algo frigido, que à indiferença.
Parece que se quer voltar aos tempos do vinil, há uma procura por parte de gente nova que percorrem as casas especializadas e que aponta para esse regresso.
Pode-se voltar ao culto e ao bom gosto?
Pode-se voltar atrás?
O que foi não volta a ser, disseram-lhe outro dia.
Fizeram-se diversas experiências e as conclusões a que chegaram apontam para que o som do vinil é melhor, mais puro, a música ouve-se de uma outra maneira. É o que também sente, porque de tecnologias não percebe…
Os discos de vinil, as capas dos discos de vinil, levam-no ao ponto de uma tentação que lhe anuncia o prazer e transporta consigo o sonho de um dia ter uma sala totalmente forrada com capas de “LPs”
As paixões não se explicam…

O caro alguidar

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Convenhamos que um alguidar em troca de 17$50 e três tampas grandes ou 6 normais do Omo é caro:)
Reinava o ano de 1958

Na sua versão Dona de Casa

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Assim era ela em 1957.Reconheceis?



O Paulo acertou: A mim faz-me lembrar a Leonor Maia, o sorriso parece igual, só os cabelos é que estão mais escuros.



Nota: Já aqui se tinha falado de uma outra Tatão. Esta é a primeira da linhagem:)


O verdadeiro Tony Ramos

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Do mais feio que há este anúncio de 1972, que a Ameal me perdoe, com esta réplica do Tony Ramos...

Uma história com postais

lhando para alguns postais, encontrei um que me foi enviado por uma familiar. Pelo endereço - já que não se encontra datado - deveria correr o ano de 1966...
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Sorri ao relembrar estes postais com figuras de olhos esbugalhados, provavelmente alguns da colecção já terão figurado por cá...
Junto a este, encontrei ainda um outro. Talvez o tenha comprado para felicitar alguma colega da primária, tendo ficado só pela intenção, dado não se encontrar escrito. É curioso verificar como alguns postais ilustrados nos fazem viajar no tempo, hoje seria uma preciosidade para qualquer coleccionador do kitsch...

... e como por deformação profissional - apesar do recurso às novas tecnologias - os professores de Português ainda não perderam o hábito de enviar postais em datas marcantes ou com desejo de melhoras (quando se convalesce de um qualquer acidente idiota que envolve cães de raça gigante que 'passeiam' donas ao mesmo tempo que tentam caçar coelhos ), seleccionei um dos mais recentes de entre os favoritos:
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Como conclusão, confirma-se que os postais criativos marcam mesmo épocas!

Poupe 1$80

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Com o Juá gigante. Assim era no ano de 1964.
Juá a lavar é sol a corar.

Na rota do amor

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Em 1964 esta  fotonovela  portuguesa fazia aquecer os coraçõezitos das leitoras da Crónica Feminina. Só o primeiro capítulo tinha a resumida ficha técnica que aqui mostro. Em muitas destas fotonovelas era o próprio Mário de Aguiar o fotógrafo. Não devia ser aborrecido fazê-las. Depois passarei outra imagem deste idílio na Suécia. O argumento parece suculento.

A ponta macia

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Anunciada como a primeira esferográfica com ponta macia em Portugal, a Reynolds apresentava os seus modelos automáticos desde cinco escudos. A Revista que a publicitava em 1959 custava 3$50, só para terem uma ideia. Nunca conheci esta marca. Alguém se lembra dela?

E a pesquisar encontrei isto; http://www.youtube.com/watch?v=nr3I8XDZF2o
A partir de 2007 fabricadas na China.

Quer comprar um Jaguar?

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Vá à Avenida António Augusto de Aguiar.
Revista Mundo, 1959

Em 1959

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O Tide era assim publicitado na Revista Eva.

Aprecie bem o gosto de viver

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Um pequeno almoço à beira-mar acompanhados por Planta. O pormenor do termo axadrezado é engraçado.
Mas não é que eu não gosto nada de Planta?

Chan Kaiieng: uma menina prodigiosa

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Chan Kaiieng surpreendeu ontem o público “ocidental”. Nascida em Macau e a viver em Pequim, apresentou diversas peças de guitarra clássica no Museu do Oriente.
De doze anos e aparência frágil , tem como professor o próprio pai. O desempenho demonstrado e a escolha do complexo reportório, levam-nos a pensar na disciplina adoptada para, ainda tão jovem, conseguir interpretar com correcção compositores como Villa-Lobos, Bach ou Vivaldi.
Dá que pensar o facto de uma criança ter começado a aprender música aos 3 anos e de já contar com diversos prémios ganhos por esse mundo fora.
Apesar da austera disciplina a que deverá estar sujeita para, tão nova, ter conseguido atingir um patamar de qualidade que conseguiu surpreender os executantes de guitarra clássica presentes na assistência, tudo leva a crer que toca com gosto, o que poderá conduzir à conclusão de que o esforço – mesmo na infância e juventude – acaba por ser compensador, deitando por terra a ideia de alguns teóricos da educação (espero que cada vez mais ultrapassados) de que tudo tem de ser muito lúdico e sem esforço para entusiasmar os mais novos na aprendizagem.
Escondida na penumbra num espaço lateral do palco, a mãe olhava-a com um sorriso, como que a incentivá-la a «mergulhar» nas sonoridades que produzia.

Duas vizinhas...

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Duas vizinhas, uma delas antiga moradora. A outra, moderna e recente, passa por aqui férias e chega cada vez mais cedo... onde «habitam» elas? Conseguirão descobrir?

Certo, Mi: a árvore de Natal encontra-se no largo do Palácio da Vila em Sintra :)

29 de novembro de 2009

VELHOS POSTAIS

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Sabemos o quanto gostarias estar aqui connosco. Se olhares bem, verás que estamos encostados ao balcão daquela barraquinha, copos nas mãos, a beber um quente e aromatizado “Gluhvein”, entretendo os sentidos, desajeitamente, porque bebemos apenas a pensar em ti e não contigo e os braços não são longos para que os abandonemos nos teus ombros, nos teus braços. Dizer-te também que este ano ainda não nevou. Por aqui, sempre que viermos de Reinbek a Hamburgo, e até à véspera de Natal, iremos passando, e ficar a torcer para que seja para o ano o tal “White Christmas”, serenamente branco, e acreditar que um pouco de paz é possível... pouco que seja!

Datado de Hamburgo, Dezembro de 2003

Mulheres de amanhã

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Engraçada a coincidência.  Depois de ler o post da Teresa, deparo-me com uma pequena reportagem na Revista ABC de 1931, sobre o Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, titulada  exactamente como titulei  este verbete.
Era reitora  já há dois anos deste liceu, a Sra Dona  Maria Baptista Guardiola. Tudo isto dezassete anos antes da mãe da Teresa e do VV ter a sua festa do sétimo ano. O tom da reportagem evidencia a competência, a higiene  o diálogo existente entre professores e alunos, o progresso intelectual  que se adivinha. Mas melhor do que eu pode falar deste tema a Teresa.
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Praia, Casino e Termas

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O traje perfeito para ir ao Casino, termas e praia, adaptável a adereços diversos e em camadas diferentes para cada uso.
A moda dos anos 50 é uma moda ainda actual. A página que versa as termas, digitalizarei depois.
Os figurinos com fotografias  estão longe de ser tão apelativas como estes desenhos  . Tivesse eu 8 anos e estava já de tesoura em punho para as recortar e brincar com elas.

Bronzaline

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Outro anúncio desenhado, do Bronzaline, editado na Eva de Agosto de 1963.
Deste produto lembro-me bem e ainda o usei nos anos setenta, em troco de um belo escaldão.
Lembram-se do cheiro?

Maria Papoila

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Enquanto o senhor da loja contava as revistas e fazia o preço. encontrei um dossier cheio de recortes, convites, programas e fotografias de filmes portugueses antigos: "Foi um senhor de idade que os coleccionava, tenho que os vender à unidade, senão ficaria por  um preço muito alto" E lá estão, muitos espaços vazios, ainda com a legenda por baixo. O espólio é (era) assombroso. "Escolha qualquer coisa que lhe apeteça, eu ofereço" e eu escolhi este convite.
Era a estreia do filme Maria Papoila, em 1937 no Casino Estoril. Era requerido traje de soirée. No verso do convite, o carimbo da Tobis e dos Filmes Lumiar.

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Omo lava mais Branco

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Estes anúncios desenhados dos anos cinquenta são de facto muito apelativos. Magníficos anos 50.

O mar ao fundo

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Reconheceis esta cidade?
O Com Senso adivinhou: Luanda.

Graciosa e gentil, dizem dela

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São os anos 60.
1964 mais concretamente. É portuguesa. Reconheceis este olhar?
O Com Senso adivinhou novamente: Isabel Ruth.

O jornal do vizinho

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Morreu há 15 anos e merece bem ser recordado. Um excelente jornalista desportivo, que amava Lisboa, de escrita fluente e de fino humor. Falo de Carlos Pinhão, pois claro, e trago aqui uma crónica sobre os lisboetas que é uma preciosidadede. Foi publicada em Novembro de 1966 na Revista Eva. Leiam e deleitem-se com as viagens nos anos 60 num autocarro da Carris.
E a propósito tenho que comprar os livros que o Carlos Pinhão escreveu para crianças. Sei quem vai gostar de ouvir estas histórias.

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The Muppets: Bohemian Rhapsody

em homenagem a Freddie Mercury: superb!


28 de novembro de 2009

Quem são?

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Identificais este quatro senhores?
Pista: são todos da mesma área de "criação" cultural...
Outras pista: todos ligados ao cinema e todos ainda vivos.
Outra pista: REALIZADORES de cinema português.
Anos 50: Um é o Manuel de Oliveira.
Carlos Patrício acertou:
Fernando Lopes, Paulo Rocha, Manuel de Oliveira, José Fonseca e Costa

Nem frio, nem calor

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Nem nada, porque demoliram o maravilhoso Monumental dum dia para o outro. E já lá vão umas décadas.
E assim se foi o café-restaurante Monumental de que aqui já falámos.

Ao entardecer, adivinhar

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Identificais?
A Mena acertou: Esta foto, foi tirada na Costa da Caparica, mais concretamente na Rua dos Pescadores.

 Nota: A reportagem, é da Revista Mundo de Setembro de 1958, não assinala qual foi o fotógrafo.

Ele já não me ama

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O Pindérico. Podias apanhar frio, pois então.
Mas que tal o dentífrico Gibbs com clorofila?

Associar para adivinhar

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... em vez do primeiro representado, poderia ter recuado no tempo e colocar, em seu lugar, um medieval monarca... acontece que ao recordá-lo sinto como que um ligeiro "torcicolo" e, como tal, optei por lembranças mais gratas de alguém que viu para além do seu tempo...
Deixando mais uma divagação de parte, penso que encontrarão rapidamente a resposta "associativa". O que liga estas duas figuras?

Acertou a T: nas imagens encontram-se o escritor Júlio Verne e o músico Rick Wakeman. O disco é baseado no romance homónimo Viagem ao Centro da Terra.

Alice

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Acordo cedo . Demasiado cedo. Vou à praça pelas oito e picos. Falo sobre o frio e a neblina com as minhas camaradas de compras e vendedeiras. Compro tomates bem vermelhos e oferecem-me hortelã. E os grelos cheiram deliciosamente. Resolvo-me e avanço para a Feira da Ladra. 50 revistas velhas esperam por mim e este anúncio delicioso, de 1963, à Mostarda Savora  pertence a uma delas. Desconfio que vou ter um sábado afadigado entre décadas muito diferentes, sem já saber a quantas ando. E o senhor taxista que me trouxe era lindo. Não um Paulo Pires, tinha muito mais idade, mas uma classe extraordinária. A vida é bela.

Nota: A vendedeira do Mercado diz-me maliciosamente: quer a minha menina que eu corte os pés aos grelos? E eu digo que sim. Como passei a menina dela é que não faço ideia.

Ad nauseam...ou a montanha não cessa de parir ratos

Já não sei a prioridade será a utilização ou não de máscaras em recintos públicos e o cultivo de anis estrelado para as milagrosas tisanas, se os telefomas e gravações... pelo sim pelo não (ou 'by the yes, by the no' em Inglês Técnico) já comecei a cultivar o primeiro e a aprender frases bonitas com muita metáfora, pois muita alegoria, pois muita hipérbole e pois muita sinédoque e metonímia - coisas belas e clássicas da retórica -não vá o demo tecê-las... e fica a reflexão em jeito de dica da semana (mesmo que preferissem a divulgação da excelente e secreta receita do bolo de laranja da minha tia-avó):

Funcionário do ministério apanhado a gravar conversas de jornalistas
Ministério da Educação diz que o intuito era gravar secretário de Estado, mas funcionário afirmou que estava a «usar as mesmas armas dos jornalistas»
Por: Redacção /CLC 27-11-2009 00: 04

Segundo o jornal Público, o ministério da Educação respondeu que: «Um gravador foi, de facto, colocado por um elemento do Gabinete, minutos antes de uma aguardada declaração à imprensa do Secretário de Estado Adjunto e da Educação. O aparelho foi colocado junto dos gravadores dos órgãos de comunicação social presentes, para gravar a referida declaração», disseram numa nota de esclarecimento enviada por correio electrónico.

O troco

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Outro dia na Feira da Ladra, uma vendedora sem trocos, deu-me este rótulo em vez dos cinco cêntimos devidos. Para mim foi uma maravilhosa troca. Uma loção vegetal de David e David, Lisboa. A imagem é muito bonita.

Nota: Hoje ainda estavam à venda.

Para aquecer a manhã

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A cozinha é o coração da casa afinal...Quem concebeu esta?

Le Corbusier,Unidades Habitacionais de Marselha e acertou a MI.

27 de novembro de 2009

O Dia da Saia

Sugestão de uma colega. Parece que estreou por cá em Outubro, mas só há dois dias tomei conhecimento. Vi o trailer e fiquei com curiosidade. Engraçada a cena da descoberta da arma de fogo. Pensei: "quantas vezes já apartei situações idênticas" e "quando será que me cairá uma arma de dentro de uma delas". Há quinze dias estava mais próximo.

Trailer de La journée de la jupe (2008), de Jean-Paul Lilienfeld. Com Isabelle Adjani.

Tatão

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Reinava o ano de 1969 em Angola e a Revista Notícia publicitava um evento em Nova Lisboa: uma passagem de modelos, organizada por Eduardo Pires Roque, estilistas Laffayette,e Antonelli.
O modelo desta capa é Tatão, maquilhada por Dulce Roselló. Onde se prova que os anos 60 não podiam estar mais na moda.
O que terá acontecido a esta linda modelo?

A Pastilha Pirata

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Foi a melhor pastilha elástica de todos os tempos. Cor de rosa, atulhada de corantes, cheia de brindes e coleccionáveis, era a minha favorita. As maiorzinhas custavam cinquenta centavos e as pequenas vinte. O troco do maço de cigarros que eu ia comprar para o meu pai revertia em Piratas inevitavelmente. Falo nelas e sinto-me a salivar. Belos tempos os da infância.

para que fique registado...

nos estivemos la... comprova a fotografia mas so para os que sabem o que veio para a mesa. comida deliciosa, conversa boa, ambiente simpatico e algumas descobertas. é bom ficar a conhecer o rosto das pessoas por detras das fotografias e dos textos... e de repente, tudo parece tão familiar como quando abro o "dias que voam" e consigo adivinhar os autores dos posts antes de saber quem os escreveu...

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TEXTO EM BUSCA DE IMAGEM OU VICE-VERSA















“O acto amoroso, caramba, é muito mais complicado para um homem do que para uma mulher. Nós temos esse lado de concha sempre pronto, mesmo que o desejo não nos assista, o nosso corpo faz-se pronto, e o deles não, têm de estar sempre a prestar a prova disso. Essa sim, é uma grande diferença.”

Ana Sousa Dias em “Pública”

Legenda: fotografia de Cartier-Bresson

horslips

soube hoje (com alguns anos de atraso) que os horslips se tinham juntado novamente por volta de 2007
no começo dos anos 70 foram uma das minhas bandas de eleição.
o seu 'the book of invations' foi um marco na história do rock irlandês.

a eles voltarei muito brevemente.
para já, 3 amostras:

horslips, king of fairies

horslips, man who built america

horslips, dearg doom

26 de novembro de 2009

POR BENFICA ÀS QUARTAS-FEIRAS...

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As idas a Benfica, às quartas-feiras, ameaçavam pentearem-se de uma tendência para a rotina. Mas, a pouco e pouco, foram-se transformando. Sim, a visita à mãe sempre foi o ponto de partida e chegada. Depois começaram as idas ao Mercado de Benfica, à banca de peixe do Sr. João, logo a seguir, na "Mona Lisa" bica e bola de Berlim, por causa de coisas,versão sem creme...ficar uns minutinhos encostado ao balcão, com uma calma, uma tranquilidade Zen, a ver entrar e sair gente, a caminho dos empregos, de outras coisas...
O gosto de ver tanta gente nas ruas, a vivência, ainda, de um comércio tradicional que, noutros pontos da cidade, vai morrendo aos poucos, mas ali parece sobreviver. Tal como na velha Graça…
Já aqui falou da “Mona Lisa”. Ali perto do Mercado de Benfica. Um pasteleiro com mão,uma equipa de balcão “five stars”, sobra o companheiro que serve às mesas, com pouca simpatia, assim como se transportasse o mundo nas costas... mas sabemos que as perfeições não são deste mundo...
Ontem, enquanto ia saboreando a bica e a bola, convidaram-no a comprar os doces caseiros que por ali fazem. Para o caso, marmelada de maçã, doce de tomate. Franziu o nariz desconfiado ao "caseiro", mas um “experimente e verá”, convenceu-o.
Provou-os hoje. A marmelada de maçã bem agradável. O doce de tomate não se assemelha ao que a avó fazia, que tinha aquele travozinho amargo, certamente resultante da qualidade dos produtos de então, mas portou-se muito bem.
Chá Príncipe, pãezinhos de leite, a leitura de “O Gato de Muitas Caudas” de Ellery Queen, lá pelo meio, um compositor musical que afixou na porta: “Escusam de bater. Estou “teso”! Para pagar as contas tenho de escrever canções em sossego!”. A tarde cinzenta a desfazer-se lá fora.
Agora é só esperar por quarta-feira para, gostosamente, dar conta das provas, e dizer aos rapazes da "Mona Lisa" que os doces são mesmo de aconselhar. Depois, os 90 anos da mãe, farão dois grandes olhos, enquanto vai desfazendo o embrulinho com os “mil folhas”…
Ele,outra vez a contas com a mansa ansiedade de ver chegar as quartas-feiras...

Cuquefique-se

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Outro belo anúncio da Cerveja Cuca em 1968. Palavras para quê?

'Still blushing':) e segue outra associação

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... hein?... outra vez muito óbvia? Que me dirão? Alguém encontra um elo entre as imagens?

E associando Woody Guthrie aos outros dois senhores representados, João respondeu:
há em comum um album chamado "Ballads of Sacco & Vanzetti". É isso?... e está certo:)

Dizer mal do sacristão ...

Divirto-me sempre a ler esta crónica da Maria Gabriela, porque ela não tinha problema nenhum em dizer claramente o que pensava, e nem sempre se preocupava em tratar bem os seus correspondentes. Ao da primeira carta só lhe falta usar um termo bem vernáculo para o definir.  Mas estas coisas de amores são sempre complicadas. É descomplicar. E viver.
Na Revista Notícia pois claro, que até na rubrica do Correio da Coração utilizava uma boa escrita.

Uma feliz associação

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O senhor que escreveu as palavras também não ficaria mal por aqui... mas há que não facilitar assim tanto, o que seria praticamente apresentar a resposta. Qual o elo entre os representados?

Kurt Weil, compositor da Alabama Song (com texto de Brecht) interpretada por Jim Morrison.

Em 1969

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Já existiam dois canais de televisão. Que fartura de programas e de séries.  O Joe 90, Sebastião entre os Homens e o Ironside.
Recordai-vos?

alela diane

ou a serenidade feita música

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alela diane é uma das mais recentes estrelas em ascenção na musica americana.
com apenas dois discos, o segundo, deste ano, é uma espécie de consagração do talento.
depois de andar em digressão com os decemberists ou iron & wine, lançou este ano 'to be still' o esperado disco da verificação da qualidade apresentada no 'pirate's gospel'

alela diane, white as diamonds

O mundo às avessas ou de viagem com mestre Gil

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De acordo com consciente opção de encarar o mundo, as coisas não podem ser classificadas em divisão dual, tal a fotografia e o seu negativo, ficou a ideia mais uma vez confirmada após a representação desta manhã. Será, a título pessoal, a obra mais vista em palco: em primeiro lugar, por motivos profissionais (os miúdos estudam-na e entendem-na com outro entusiasmo após a ela terem assistido) e, em segundo, por tanto apreciar o seu autor. Homem ainda marcado por aquilo que muitos designaram como «as trevas da Idade Média» - as classificações deterministas são sempre redutoras-, o escritor é ainda hoje lembrado, cinco séculos decorridos.
Gil Vicente não ostentaria certamente nos tempos que correm o dístico de «politicamente correcto» e, por isso mesmo, terá ficado para a História pelos melhores motivos.
Quando se recorre ao lugar-comum de cada vez estar tudo pior - a crise, senhores, a crise!-, de não existir uma ética, de serem os de visibilidade pública aqueles que piores exemplos dão, etc., etc., etc… ao assistir a peças de mestre Gil ou a percorrer alguns dos seus textos menos divulgados, acabo sempre por concluir que alguns dislates – muitos, é certo – sempre existiram e são indissociáveis - tal como o efeito cola de contacto – da natureza humana. Apesar de nunca ter gostado da expressão «todos os seres humanos têm um preço» (confesso ainda acreditar que alguns não cabem neste rol, e pronto, já escrevi e não apago, embora já há muito que não escreva ao Pai Natal… ), nunca deixo de esboçar um sorriso quando observo, em texto tão distante no tempo, a condenação dos tiranos detentores do poder, de alguns – atenção que referi ‘alguns’ – oficiais de justiça subornáveis a troco de favorecimentos materiais, do comerciante desonesto, da mulher que desvia as meninas para a vida (tudo menos) fácil a troco de enganos ou do frade mundano a frequentar as «discotecas» da época e a banquetear-se nas festanças da corte. Sorrio ainda mais com o tópico do «mundo às avessas», apresentado pela presença em palco de um doente do foro psiquiátrico - na época chamavam-lhe «o parvo» que etimologicamente significava «pequeno de espírito»- , sendo esta – opinião pessoal – a personagem centralizadora, a única capaz de demonstrar uma visão lúcida deste «mundinho» que nos rodeia.
Incomoda ter lido em diversos estudiosos que seria certamente o lugar de privilégio na corte a causa de Gil Vicente criticar confortavelmente e sem rodeios, prefiro acreditar ter sido o mestre (gostaria de o tratar simplesmente por Gil) um exemplo de homem com coluna vertebral, como hoje se diz.
Sem pretender apresentar um post moralista (coisa que detesto), a reflexão surgiu após o enésimo visionamento da peça .
Após ter mentalmente comparado múltiplas encenações, a proposta de hoje, levada a cena pelo grupo de teatro «O Sonho» é apelativa por, antes de tudo o resto, respeitar a lição do autor no que de mais significativo pretende transmitir a todos os que se encontram na predisposição de manter «olhos e ouvidos bem abertos».

como é que hei-de dizer isto de uma forma educada?

acho que só não dizendo mesmo.....


segundo um inquérito realizado pela faculdade de medicina da universidade do porto, no âmbito dum estudo epidemiológico sobre a infertilidade,

40% das pessoas inquiridas atribuem a sua infertilidade.... à vontade de deus;
31% das pessoas inquiridas acham que é uma questão de sorte ou destino (sem esclarecer se a sorte e o destino são igualmente imputáveis a deus);
9% acham que a culpa é de usarem preservativos (nas alturas em que não querem procriar, presumo), talvez uma espécie de alergia dos espermatozoides aos vestígios de latex;
52% acham que os contraceptivos produzem infertilidade (assim tipo vacina)
16,6% afirmam que a infertilidade é um problema de cabeça (de qual?, já agora...)


como calculam pelas percentagens da amostra, algumas pessoas apresentam mais que um argumento...
todos eles, no entanto, baseados no rigor científico.

como hei-de dizer o que penso sobre isto de uma forma educada?

esta gente tem seguramente uma opinião firme sobre os melhores traçados para o tgv e as novas travessias do tejo em lisboa;
tem, de certeza, opinião sobre a localização do novo aeroporto de lisboa e sobre o terminal de contentores, a sustentabilidade da segurança social ou as medidas para combater a crise e défice e quer ter acesso às escutas telefónicas para dar o seu douto parecer sobre as ditas,

mas acha que a infertilidade é por vontade de deus...

talvez seja mesmo melhor não dizer....


A nadadora

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E uma nadadora associada ao Lux: Esther Williams.