16 de outubro de 2008

coisas de emigrante...

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Abu Dhabi - Visto do Emirates Palace Hotel

Há um certo mito em conhecer novas culturas. Em partir à descoberta de novos costumes, de novas pessoas, de hábitos divergentes dos nossos.
Esquecendo toda a parte colonialista, capitalista e imperialista, foi isso que nós portugueses sempre soubemos fazer. ( deve ser lido com sarcasmo).

Ora, como bom Português que me considero, não sinto nada disso!!!

É giro vir para fora de Portugal sim senhor, tem a sua piada falar com outras pessoas das mais variadas nacionalidades e de continentes diferentes, mas pouco ultrapassa o gozo e a alegria que dá cruzar-me com Portugueses neste finzinho do mundo!

E claro, típico do típico, a maior parte deles conheci-os nas rotineiras investidas de Fim-de-Semana, ao Sports Cafe cá do sítio para assistir aos jogos do Benfica (alguns também à quinta).

Eu sempre disse, que o Benfica é um polo aglutinador do povo, vocês é que não me dão ouvidos!

Neste momento, ja conhecemos 7 portugueses, que tal como nós viram no oásis financeiro dos Petro Dolares dos Emirados, um bom refúgio para a crise que nos persegue em Portugal!
A maior parte são engenheiros civis, que estão à frente das mais importantes obras deste grande estaleiro que é Abu Dhabi! Também à frente de uma obra, está a Lara, Arquitecta de profissão que curiosamente cá... exerce a sua profissão! o Último Português que conhecemos, no malfadado Leixões-Benfica, foi o Rodrigo, engenheiro também, mas desta feita de Sistemas! Por cá também nos cruzámos com mais um casal de Portugueses que foram para a Suiça estudar Hotelaria e fizeram um interregno para ganhar algum dinheiro e experiencia profissional :)

Desculpem-me a "pequenez", mas são estas histórias e estes "cruzares" com pessoas como nós que me enriquece.

Não digo que tudo o resto não seja bom... mas não é... tão bom!
Não é como a 6000km ouvirmos a nossa lingua e conhecer-mos novos lugares em Portugal, contados por terceiros! Não é como partilharmos as nossas aventuras com os nossos...

Na verdade, ajuda e tanto a encurta a distância da Saudade. Da vontade de sair e apanhar o primeiro avião á procura de um delta ou de um fôfo de belas! Mas sabe bem... muito bem! :)

Até já!

2 comentários:

  1. quando percebi realmente que gostava de fado (coisa que toda a minha adolescência achei que odiava) foi num taxi na alemanha e um rádio passou a amália e quase chorei (coisa não muito difícil em mim, como alguns sabem).

    há uma história dum amigo que há muitos anos, ao entrar num grande armazém em londres, ao descer uma escada rolante, e perante o grande salão que se abria disse para o amigo:
    - esta merda é enorme!!

    e vira-se o elegante casal que estava nos degraus abaixo:
    - merda? são portugueses???
    era uma família há muitos anos em inglaterra...

    quanto ao leixões-benfica... acho que foi um bom jogo, por acaso :)

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  2. Pois é... vai ter que enviar um abraço ao João Tiago e trazer até aqui duas ou três coisas armazenadas na gaveta da memória.
    Deu-lhe para lembrar Maria Lúcia Lepecki a dizer, num programa, de há muitos anos, na RTP 2, que o Benfica fizera “mais pela aproximação de Portugal aos países lusófonos do que a diplomacia e os governos”, ou o Artur Semedo a dizer que” o Benfica é uma religião”, ou o professor Marcelo, nas suas escolhas dominicais: “o Benfica é superlativo”.
    Também aquela história, contada pelo António Lobo Antunes, de que a guerra parava aos domingos para ouvir os relatos do Benfica. Mas do que sempre mais gostou, foi da frase que ouviu àquele velho alentejano, encostado ao balcão dum tasco, em S. Francisco da Serra, a navalhinha petisqueira a cortar uma côdea para entalar um pedacinho de queijo:”é melhor ser do Benfica do que ser rico".

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