o tipo era um génio'
este é uma espécie de resumo duma conversa com o zé mário branco no foyer do são jorge enquanto se fazia tempo para o começo dum concerto pelo iraque e ele falava da produção do álbum do camané e do que ele achava que devia ser a atitude do cantor num palco.

o jacques brel é um daqueles raros cometas que passam pela música popular.
teve uma carreira curtíssima: mas entre o primeiro single gravado em 1953 e o último concerto em roubaix em 1967 deu milhares de concertos e chegou a dar 7 (sete) numa noite. mais de 365 por ano.
em todos a entrega era total. cerca de um quilo do seu peso esvaía-se em suor em cada actuação.
no final dos anos 60 decidiu que era altura de procurar outras coisas e deixou-se de concertos.
no último concerto no olympia teve palmas durante horas e a ultima vez que voltou ao palco já estava em roupão.
14 anos de carreira em palco, mas onde os primeiros foram de bater de porta em porta e a ouvir recusas porque era demasiado feio.
14 anos e mais de 500 canções compostas.
depois foram alguns anos a fazer teatro e cinema e a passear pelo mundo.
e cada um sempre a querer acreditar que ninguém abandona realmente uma carreira no seu auge apenas porque quer ter tempo para si.
essa esperança acabou na madrugada de 9 de outubro de 1978 quando na clínica de bobigny foi declarada a sua morte.
como bom ateu, não acredito em vidas depois da morte, por isso acho que todos somos 'imortais' enquanto a memória de nós permanecer nos outros.
até agora o brel tem sido imortal e sê-lo-á durante muitos mais anos seguramente.
e faz-nos falta alguém assim.
Teria sido bom que a morte se tivesse esquecido dele.Falar de Brel é termos a sensação que estamos num beco sem saída, acaba-se a escrita e fica-se com a ideia que ficou tudo por dizer, ele que cantou tudo o que as nossas vidas são. É por isso que sabemos de certeza certa que nunca cairá no limbo do esquecimento.
ResponderEliminarUm abraço.
Nunca cairá no esquecimento como tantos outros que nos tocam e que imortalizamos dentro de nós.
ResponderEliminarFalar (e ouvir!) Brel, provoca-me nostalgia sim. Mas felizmente, acho que muita coisa (tanta ainda) pode ser e é dita...Embora eu fique com a ideia de que Brel disse tudo, recordo outros nomes que na idade em que os ouvia, também me pareciam não deixar nada por dizer...
Georges Moustaki e Leo Ferrè, por exemplo...com a diferença que estes continuam a dizer..
Vou recordar "La Solitude"...
Abreijos
"L'histoire de ce roi
ResponderEliminarMort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas"
Grande Brel. Chorei baba e ranho quando ele morreu. Eu vou recordá-lo com Les bonbons:) Prefiro a vertente dele sarcástica.
ResponderEliminarGosto de Brel, seja com sarcasmo como em "Au Suivant" ou com muito afecto como em "Voir um ami pleurer".
ResponderEliminarA propósito de datas,John Lennon faria hoje 68 anos.
De Brel, Les Vieux.
ResponderEliminar