28 de fevereiro de 2007
27 de fevereiro de 2007
RESILÊNCIA
Não é preciso falar nem escrever em bom português; basta dizer, por exemplo, RESILÊNCIA. Quando não souberes que dizer, e em vez de mandares bitaites sobre o tempo, experimenta atirar com RESILÊNCIA. De preferência em vários tons e inflexões, acompanhando com gestualidade diversificada. E não é preciso saber em rigor o que a coisa significa: este veio da física e tem a ver com a resistência de certos metais, como otitânio, à deformação. Verás o efeito que isso provoca no interlocutor ou na assembleia. É fantástico, até os carunchinhos se calam. Eu experimentei e garanto resultados. Podes experimentar com outros termos do género que os resultados serão idênticos! Mas atenção, é preciso inovar para abanar. Vamos a sugestões...
Seis maneiras para sobreviver a uma noite de melancolia (no Inverno)
1. um jantar catita(de frango assado a sanders de fiambre com cogumelos etomate cereja);
2. uma mantinha escocesa
3.O Tom Waits e o Mark Lanegan a tocar;( evitar músicas de verão porque tendem a agudizar a melancolia )
4. Chá quentinho com bolachinhas de manteiga e um bom livro (neste momento estou deslumbrada com “O Segredo de Joe Gould” do Joseph Mitchell)
5.pensar em posts para por no(s) blogs
6. chocolates, muitos e muitos (para emergências e porque são bons)
2. uma mantinha escocesa
3.O Tom Waits e o Mark Lanegan a tocar;( evitar músicas de verão porque tendem a agudizar a melancolia )
4. Chá quentinho com bolachinhas de manteiga e um bom livro (neste momento estou deslumbrada com “O Segredo de Joe Gould” do Joseph Mitchell)
5.pensar em posts para por no(s) blogs
6. chocolates, muitos e muitos (para emergências e porque são bons)
26 de fevereiro de 2007
Vende-se
Para a menina Erre, que procura casa. Bonita não é?
E tem o telefone e tudo. É a subir, mas isso tu gostas.
Portugália
O sol dá-me desejos de imperial. Deve ser disso.
Dei por mim a mirar esta foto, com redobrado interesse.A relembrar croquetes quentes e pratos de camarão. A mesas cheias de copos vazios. Os momentos calados a observar. A risota e as histórias. A sapateira a saltar para cima do vizinho do lado .
A Portugália é o meu fado. Por ser ao pé de casa. Por ser um espaço que dá para todo o tipo de grupos. Embora a comida seja execrável, eu sei, mas continua a ter algo chamativo.
Era Germânia, com a 1ª Guerra Mundial, passou a Portugália. Foi uma nacionalização rápida. Agora dizem que vão converter a fábrica adjacente num condomínio de luxo. Quiçá terá entradas privadas para a cervejaria.
Tenho saudades em particular do 1º andar. Das madeiras e da lentidão. Outro dia fotografei a senhora Portugália. Até é bonita e vigorosa. Moderna. Lembra-me mais uma actriz italiana do que uma valquíria.
Espero que os patos bravos da actualidade não a maltratem muito.Aqui suspiro. Na realidade não acredito.
Várias
I- Fui arranjar os óculos ao senhor da frente. Adormeci com eles postos e zás, a haste saltou. Saudação final do senhor oculista: é sempre um prazer ser útil à minha vizinha. Assim sim.
II- Várias dezasseizadas:
1- Esta maleita no meu joelho está tão mal, a culpa é dos adubos e os venenos que metem nas comidas e nos estragam todas. E eu que dantes era direita como um fuso (senhora de idade com bengalas, usando-as com energia para ganhar espaço no autocarro)
2- Isto no meu ver, só com quatro Salazares um não bastava, gente de pouca vergonha e malcriada diz uma senhora de cabelo empoado e no ar. Responde o motorista: Não seria melhor um Salazar em cada Junta de freguesia, minha senhora?
3- Está sim? Estou no autocarro! Pois se estou no autocarro! Já lá estou quase a chegar. Porra já disse que estou no autocarro!, chata de mulher#$%$%$%#" (homem com ar enfadado )
III A pequenina já gosta de escovar o cabelo. Adora livrinhos. Já chega bem ao teclado (com uma capacidade destruidora impressionante) e canta umas melopeias . Entretanto brincámos a pôr creme nas mãos. Deve apreciar ir às compras também. A coisa começa-se a compôr:)
II- Várias dezasseizadas:
1- Esta maleita no meu joelho está tão mal, a culpa é dos adubos e os venenos que metem nas comidas e nos estragam todas. E eu que dantes era direita como um fuso (senhora de idade com bengalas, usando-as com energia para ganhar espaço no autocarro)
2- Isto no meu ver, só com quatro Salazares um não bastava, gente de pouca vergonha e malcriada diz uma senhora de cabelo empoado e no ar. Responde o motorista: Não seria melhor um Salazar em cada Junta de freguesia, minha senhora?
3- Está sim? Estou no autocarro! Pois se estou no autocarro! Já lá estou quase a chegar. Porra já disse que estou no autocarro!, chata de mulher#$%$%$%#" (homem com ar enfadado )
III A pequenina já gosta de escovar o cabelo. Adora livrinhos. Já chega bem ao teclado (com uma capacidade destruidora impressionante) e canta umas melopeias . Entretanto brincámos a pôr creme nas mãos. Deve apreciar ir às compras também. A coisa começa-se a compôr:)
Chegou a cegonha !
O Pedro júnior já nasceu!
Mais um filho dos dias que voam:)
Parabéns aos pais babados e aguardamos foto e pormenores:)
E depressinha POL !
Oscares 2007
"Spain is in the house. Japan is representing. I think I see a few Americans as well, of course I'm talking about the seat fillers," DeGeneres said. "No one can fill a seat like an American."
Depois de já ter perdido 5 vezes o Oscar, Scorsese deve estar satisfeito. A Mirren também . Para não falar do Forest, que semprei achei um excelente actor. Lá foram simpáticos com o Arkin. E basicamente é isto.
E é verdade. o Al Gore. Interessante.
Indústria de filmes e pronto.
Depois de já ter perdido 5 vezes o Oscar, Scorsese deve estar satisfeito. A Mirren também . Para não falar do Forest, que semprei achei um excelente actor. Lá foram simpáticos com o Arkin. E basicamente é isto.
E é verdade. o Al Gore. Interessante.
Indústria de filmes e pronto.
25 de fevereiro de 2007
Tinteiros e Impressoras
Hoje fui à Staples e comprei dois tinteiros para a impressora HP, o 15 (preto) e o 78 (cores). Custaram a módica quantia de 62 Euros. Havia lá impressoras bastante mais baratas...
Qual será a lógica disto?
Qual será a lógica disto?
Rua Sebastião Saraiva Lima
É onde fica a Jorgel, o nosso restaurante das senhoras chamado. Ainda tem sopa à terrina e comida apetitosa. É nesse prédio amarelo. Acumula funções de lugar e taberna, com um restaurante super familiar. Foi onde fizemos o nosso primeiro jantar do Dias.
Nesta foto dos anos 60, a rua parece larguíssima. Não o é, mas estreita e cheia de carros.
Este prédio , que tanto cobiçamos sempre que vamos jantar às senhoras, vai ser recuperado. Menos mal. Lá se vai o nosso sonho de o comprar e fazer um prédio de amigos.
Clicar nas imagens para aumentar.
TVI
"os feridos eram predominantemente idosos entre os 47 e 77 anos de idade"
(explosão em Carnaxide ontem)
Ouvi bem???
(explosão em Carnaxide ontem)
Ouvi bem???
O tesouro das mães
Não resisto a postar esta contracapa da Revista Eva, de 1928.
Este bebé Nestlé fez toda uma geração de bebés Nestlé: gorduchos, bonitos e risonhos.
Ainda hoje usamos o termo.
Para falar da Nestlé como marca, só mesmo o carlos.
Os gaioleiros
Sempre houve prédios a caírem em Lisboa. Este foi em Campo de Ourique, em 1921.Poupo-vos o grande plano do morto, resgatado pelos Bombeiros. E ao lado uma outra foto, de uma manifestação contra os gaioleiros (os construtores de prédios da época).
Li algures, e não consigo precisar onde, que houve um imenso repúdio popular contra estes patos bravos da época, por terem ruído alguns edifícios por má qualidade de construção.
Olho para as fotos e são tal e qual a realidade a que eu estou habituada : prédios gaioleiros não reabilitados,alguns com peso excessivo na zona das marquises e cozinhas, que acabam por derrocar e ficar assim com este aspecto esventrado.
Clicar nas imagens para visualizar melhor
Li algures, e não consigo precisar onde, que houve um imenso repúdio popular contra estes patos bravos da época, por terem ruído alguns edifícios por má qualidade de construção.
Olho para as fotos e são tal e qual a realidade a que eu estou habituada : prédios gaioleiros não reabilitados,alguns com peso excessivo na zona das marquises e cozinhas, que acabam por derrocar e ficar assim com este aspecto esventrado.
Clicar nas imagens para visualizar melhor
24 de fevereiro de 2007
Óscares
Os dias voaram e amanhã temos mais uma “noite dos óscares”.
Por esta altura entre os nomeados deve reinar o puro stress, quem levará para casa as tão ambicionadas estatuetas…
Como em tantas outras coisas haverá os contentes e os que se sentirão frustrados. Como em tantas outras coisas, gostos… não se discutem :-)
De entre os nomeados (em diferentes categorias), há dois que me agradam: The Departed e Volver. Estou curiosa sobre quem ganhará o duelo Helen Mirren vs. Penélope Cruz.
Acredito que muitos interesses paralelos interfiram nas escolhas. Uma coisa é certa, não ficarei acordada para ver.
Por esta altura entre os nomeados deve reinar o puro stress, quem levará para casa as tão ambicionadas estatuetas…
Como em tantas outras coisas haverá os contentes e os que se sentirão frustrados. Como em tantas outras coisas, gostos… não se discutem :-)
De entre os nomeados (em diferentes categorias), há dois que me agradam: The Departed e Volver. Estou curiosa sobre quem ganhará o duelo Helen Mirren vs. Penélope Cruz.
Acredito que muitos interesses paralelos interfiram nas escolhas. Uma coisa é certa, não ficarei acordada para ver.
José Afonso
Fez ontem 20 anos que morreu o Zeca Afonso. O cantor/poeta foi recordado - com maior ou menor hipocrisia - um pouco por todo o lado. Por isso, não vou aqui aqui falar mais da lenda Zeca Afonso, vou antes falar um bocadinho do homem José Afonso.
José Afonso foi professor de português, entre os anos de 1958 e 1963, na antiga Escola Comercial e Industrial de Faro - a actual Escola Secundária Tomás Cabreira. Da sua carreira com professor, reza pouco a história. Uns dizem que era um professor empenhado, dialogante e inovador. Outros que era despistado, pouco comunicativo e que lhe faltava autoridade. Poucos compreenderam a "necessidade" de alguns períodos de faltas e as desvenças com os poderes instituidos, o que levou à sua expulsão do ensino público em 1967. Foi enquanto esteve em Faro que editou os seus primeiros discos e que compôs muitas das suas canções/poemas. Foi em Faro que conheceu a sua segunda mulher - Zélia - e onde o próprio disse "que passou momentos particularmente inspiradores".
Como já vi por aí escrito, ainda falta contar muito desta passagem de Zeca Afonso por Faro...
Para terminar, deixo aqui um pequeno contributo - indecentemente roubado na Defesa de Faro. Uma fotografia do professor mais as suas alunas, indiscutivelmente datada :)
José Afonso foi professor de português, entre os anos de 1958 e 1963, na antiga Escola Comercial e Industrial de Faro - a actual Escola Secundária Tomás Cabreira. Da sua carreira com professor, reza pouco a história. Uns dizem que era um professor empenhado, dialogante e inovador. Outros que era despistado, pouco comunicativo e que lhe faltava autoridade. Poucos compreenderam a "necessidade" de alguns períodos de faltas e as desvenças com os poderes instituidos, o que levou à sua expulsão do ensino público em 1967. Foi enquanto esteve em Faro que editou os seus primeiros discos e que compôs muitas das suas canções/poemas. Foi em Faro que conheceu a sua segunda mulher - Zélia - e onde o próprio disse "que passou momentos particularmente inspiradores".
Como já vi por aí escrito, ainda falta contar muito desta passagem de Zeca Afonso por Faro...
Para terminar, deixo aqui um pequeno contributo - indecentemente roubado na Defesa de Faro. Uma fotografia do professor mais as suas alunas, indiscutivelmente datada :)
O millet
Foi uma encomenda específica da cravo e canela: Compra millet para a pequenita e já agora experimenta, que é muito bom.
Eu como tia obediente assim o fiz. Ainda não totalmente, ando a pesquisar receitas. Vou fazer para o almoço. Já provei e gostei muito.Lembrou-me Marrocos.
Como, não sabem o que é milet? Milho- painço, meus caros.
E cito:
"Foi também o alimento principal de muitos países, particularmente no norte da Europa e em África e é o único cereal alcalino. O Millet é o cereal por excelência para tratar problemas de estômago e pâncreas, particularmente diabetes, e ajuda a aumentar a vitalidade física e a lidar com o clima frio.Pode cozinhá-lo em conjunto com arroz, utilizado em sopas ajuda a dar consistência e à sopa mas as minhas receitas favoritas de Millet são Millet cozinhado com abóbora ou com couve-flor"
.Aqui
23 de fevereiro de 2007
a profecia
Quando escrevi esta redacção aos 8 anos,não imaginava o quanto me iria preocupar ainda com os invernos chuvosos e as casas dos pobrezinhos. E ainda estou a pensar na insistência no lilás e nas glicínias como flores a referir. Devo ter perguntado à minha avó. Só pode. O engraçado é a minha alegria com os frutos acabarem completamente no inverno.
Está-se mesmo a ver que nunca gostei muito de fruta, especialmente em miúda. Já o outono me parecia agradável,por anunciar esse fim.
Somos tão mais objectivos a narrar, quando somos crianças.
Sansão foi enganado
Os Bunnyranch decidiram homenagear o verdadeiro pai do Rock Português (não, não foi o sonso do Rui Veloso)- o Zeca do Rock , com uma reinvenção do tema “Sansão foi enganado”
Zeca do Rock nome artístico de José das Dores, com 17 anos « fez história no começo dos anos 60 e tornou-se num dos pioneiros do movimento ‘yé yé’ em Portugal. A carreira durou apenas 6 anos. Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly e Elvis Presley eram as suas referências.
Os Bunnyranch são de Coimbra e já gravaram dois bons álbuns, «Too flop to boogie» e “luna dance”. Com influencias que vão de Gene Kupra a Hank Williams, Lead Belly, ? and the mysterians, ao punk rock –dos Ramones e Clash; a bandas mais recentes como os SpeedBallBaby, Make up e os Blues Explosion.
E se os cds já são bons, ao vivo são fabulosos.
Para ouvir o tema é favor ir ao Myspace da banda
Zeca do Rock nome artístico de José das Dores, com 17 anos « fez história no começo dos anos 60 e tornou-se num dos pioneiros do movimento ‘yé yé’ em Portugal. A carreira durou apenas 6 anos. Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly e Elvis Presley eram as suas referências.
Os Bunnyranch são de Coimbra e já gravaram dois bons álbuns, «Too flop to boogie» e “luna dance”. Com influencias que vão de Gene Kupra a Hank Williams, Lead Belly, ? and the mysterians, ao punk rock –dos Ramones e Clash; a bandas mais recentes como os SpeedBallBaby, Make up e os Blues Explosion.
E se os cds já são bons, ao vivo são fabulosos.
Para ouvir o tema é favor ir ao Myspace da banda
o campo das salésias
no final dos anos 40, começos de 50, começou a ganhar força a necessidade de deitar a baixo o campo das salésias por causa da escola marquês de pombal e das urbanizações necessárias para o local.
nos anos 90 (não passo lá 'desde since') o aspecto do espaço ainda era este.
umas réstias de bancadas, uns carros estancionados, um imenso vazio.
um vazio quase tão grande como o das bancadas do restelo que veio substituir este histórico campo de futebol.
a mesma história se passou com o campo do lima, no porto.
nos anos 90 ainda se viam uns restos de bancada por trás da pastelaria lima 5 (por acaso propriedade de um indefectível salgueirista) terra dos melhores pastéis de nata do porto e arredores...
mas o porto precisava de um campo seu, já que o campo da constituição teve que ser deixado em 45 e passou a jogar no lima, que era do académico do porto.
o mesmo não acontecia com o belenenses.
apenas o desejo do regime de ter um grandioso estádio em belém, que só esgotou uma vez em toda a sua história: no concerto dos police.
nos anos 90 (não passo lá 'desde since') o aspecto do espaço ainda era este.
umas réstias de bancadas, uns carros estancionados, um imenso vazio.
um vazio quase tão grande como o das bancadas do restelo que veio substituir este histórico campo de futebol.
a mesma história se passou com o campo do lima, no porto.
nos anos 90 ainda se viam uns restos de bancada por trás da pastelaria lima 5 (por acaso propriedade de um indefectível salgueirista) terra dos melhores pastéis de nata do porto e arredores...
mas o porto precisava de um campo seu, já que o campo da constituição teve que ser deixado em 45 e passou a jogar no lima, que era do académico do porto.
o mesmo não acontecia com o belenenses.
apenas o desejo do regime de ter um grandioso estádio em belém, que só esgotou uma vez em toda a sua história: no concerto dos police.
22 de fevereiro de 2007
Perdoe-se a afronta!
De repente, e a propósito deste concurso dos Grandes Portugueses, surgiu a polémica: será possível a um canal de televisão - público ou concessionado - fazer um programa, reportagem ou documentário, em que se glorifique a obra de Salazar sem que qualquer aspecto negativo seja sequer mencionado?
Devemo-nos lembrar que Salazar foi a face – na verdade foi mais que a face, foi todo o corpo – do regime ditatorial fascista que vigorou em Portugal, durante mais de cinquenta anos. Embora admita que esse regime foi meritório em muitos aspectos sociais e económicos, especialmente nos seus primeiros anos [até ao fim da Segunda Guerra Mundial, digamos], não devemos, nem podemos, esquecer que foi um regime opressivo das mais básicas liberdades. Proibiu a livre opinião e a livre associação, organizou polícias políticas e tribunais plenários, prendeu e degredou pessoas arbitrariamente. Matou, ou fez com que morresse, muita gente. E um programa deste é, em boa verdade, uma afronta a todos os que sofreram com a ditadura, a todos nós!
Também devemos esquecer que a nossa constituição proíbe expressamente a formação de organizações de índole fascista o que, indirectamente, proíbe a publicidade de ideais ou teorias fascistas. Assim, um programa de televisão – reportagem ou documentário – que seja “parcial na sua visão das coisas”, cairá neste campo da publicidade “proibida”.
O que fazer então? Limitar a expressão da opinião, individual ou de grupos? Instaurar qualquer coisa parecida com Censura, mas com outro nome? Querer que qualquer programa mais heterodoxo seja previamente visionado por uma ERC, para aferir se está de acordo com o politicamente correcto? Queremos ser, no fundo, como eles foram?
Sinceramente, acho que não é esse o caminho certo. Acho que antes de tudo, devemos crer, e lutar, pela pluralidade e pela diversidade da informação. Devemos garantir, e lutar, para que exista sempre uma oferta ampla das várias visões do que foi a Ditadura, de quem foi Salazar. E acreditar que nós todos – o povo - saberemos sempre distinguir entre o certo e o errado, entre o claro e o escuro, entre a democracia e a ditadura. Saberemos, sempre, escolher o caminho certo… Mais tarde ou mais cedo! [Vá… este referendo até pode ser um sinal disso :) ]
Creio no que disse um dia Benjamim Franklin “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”. Perdoe-se a afronta!
Devemo-nos lembrar que Salazar foi a face – na verdade foi mais que a face, foi todo o corpo – do regime ditatorial fascista que vigorou em Portugal, durante mais de cinquenta anos. Embora admita que esse regime foi meritório em muitos aspectos sociais e económicos, especialmente nos seus primeiros anos [até ao fim da Segunda Guerra Mundial, digamos], não devemos, nem podemos, esquecer que foi um regime opressivo das mais básicas liberdades. Proibiu a livre opinião e a livre associação, organizou polícias políticas e tribunais plenários, prendeu e degredou pessoas arbitrariamente. Matou, ou fez com que morresse, muita gente. E um programa deste é, em boa verdade, uma afronta a todos os que sofreram com a ditadura, a todos nós!
Também devemos esquecer que a nossa constituição proíbe expressamente a formação de organizações de índole fascista o que, indirectamente, proíbe a publicidade de ideais ou teorias fascistas. Assim, um programa de televisão – reportagem ou documentário – que seja “parcial na sua visão das coisas”, cairá neste campo da publicidade “proibida”.
O que fazer então? Limitar a expressão da opinião, individual ou de grupos? Instaurar qualquer coisa parecida com Censura, mas com outro nome? Querer que qualquer programa mais heterodoxo seja previamente visionado por uma ERC, para aferir se está de acordo com o politicamente correcto? Queremos ser, no fundo, como eles foram?
Sinceramente, acho que não é esse o caminho certo. Acho que antes de tudo, devemos crer, e lutar, pela pluralidade e pela diversidade da informação. Devemos garantir, e lutar, para que exista sempre uma oferta ampla das várias visões do que foi a Ditadura, de quem foi Salazar. E acreditar que nós todos – o povo - saberemos sempre distinguir entre o certo e o errado, entre o claro e o escuro, entre a democracia e a ditadura. Saberemos, sempre, escolher o caminho certo… Mais tarde ou mais cedo! [Vá… este referendo até pode ser um sinal disso :) ]
Creio no que disse um dia Benjamim Franklin “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”. Perdoe-se a afronta!
Variedades
I Um e-mail do senhor Director das Finanças . Despede-se com os melhores cumprimentos e chama-me Exma Senhora. Terei que comprovar o acerto deste tratamento epistolar no devido manual.
II No autocarro 16
1- Entre dois senhores:" É pá, comprei uma botija de 20 litros de pinga." "Ó pá, isso dá-te só para uma semana". Fica a envolvente esclarecida e eu quase que engulo o sorriso.
2-Isto é uma injustiça. Odeio injustiças. Isto faz-me tantos nervos. Porque é que ela é injusta? (conversa entre empregadas da limpeza e uma chora)
3- Dois sacos de roupa oferecida são vistoriados e analisados por três divertidas caboverdianas. Quando a mais gorducha mostra um fatinho cintado por cima do corpo e se meneia, rebolam-se a rir e continuam numa azáfama gozadeira.
4- Um senhor fala do Benfica com o motorista. "Que má equipa " diz um. O outro concorda e pergunta qual é o último autocarro. "Sou eu a conduzi-lo". Achei bonito, sei lá porquê.
5- Os telemóveis em transportes públicos são do mais divertido que há. Mas estraga o jogo de imaginar quem são as pessoas. Fica logo tudo revelado. É pena não é? Os toques, meu Deus, ai que toques existem e que inesperados que são.
III- Imagino que me estou a esquecer de algo que queria escrever. Mas não faz muito mal.
Amanhã é outro dia.
II No autocarro 16
1- Entre dois senhores:" É pá, comprei uma botija de 20 litros de pinga." "Ó pá, isso dá-te só para uma semana". Fica a envolvente esclarecida e eu quase que engulo o sorriso.
2-Isto é uma injustiça. Odeio injustiças. Isto faz-me tantos nervos. Porque é que ela é injusta? (conversa entre empregadas da limpeza e uma chora)
3- Dois sacos de roupa oferecida são vistoriados e analisados por três divertidas caboverdianas. Quando a mais gorducha mostra um fatinho cintado por cima do corpo e se meneia, rebolam-se a rir e continuam numa azáfama gozadeira.
4- Um senhor fala do Benfica com o motorista. "Que má equipa " diz um. O outro concorda e pergunta qual é o último autocarro. "Sou eu a conduzi-lo". Achei bonito, sei lá porquê.
5- Os telemóveis em transportes públicos são do mais divertido que há. Mas estraga o jogo de imaginar quem são as pessoas. Fica logo tudo revelado. É pena não é? Os toques, meu Deus, ai que toques existem e que inesperados que são.
III- Imagino que me estou a esquecer de algo que queria escrever. Mas não faz muito mal.
Amanhã é outro dia.
O Arco da Praça de Espanha
Este arco andou muito em bolandas na sua já longa vida. Imaginado por Manuel da Maia numa celebração do Aqueduto, era um dos mais majestosos da cidade, assim como o das Amoreiras. Esse ainda sobrevive no seu local original. Este desgraçado não
.
Assim vejamos: mentes iluminados resolvem demoli-lo em 1938. Fica assim orfâ a rua e o actual Parlamento menos nobre. E a marca nas paredes, ragadas que foram.
Os restos , pobres pedras, são despejados para o Convento das Francesinhas e depois para a Ajuda. Até 1988. O presidente Abecasis resolveu recolher as peças do puzzle e mandar colocá-las na Praça de Espanha. Mas resta um gigantesco enigma.
Como se reconstrói? Alguns dizem que faltavam pedras, outros os planos originais. O certo é que durante quase dez anos o panorama do Arco foi quase igual ao desta foto.
Desde 1998, contempla indiferente o trânsito e a feieza da Praça de Espanha. É um monumento a qualquer coisa. Há quem diga que ele faz barulhos estranhos à noite, refila que se farta. Eu acho-o só encolhido e entediado. Deve estar a suspirar para que o mudem outra vez de sítio. Afinal um arco mimoso daqueles, não se fez para aquele perfeito desastre urbano que é a Praça de Espanha.
Todos os dias o olho e sinto pena, sem saber explicá-la muito bem. As pedras também sofrem.
Iñarritu irrita críticos portugueses
Os críticos de cinema do P, num gesto de solidariedade admirável, resolveram, por unanimidade e aclamação, solidarizar-se com a administração Bush e declararam Babel ferido de antiamericanismo primário. Até aqui, tudo bem, cada um acha o que lhe dá na bolha, seja ele americanófilo primário ou não. Até sou capaz de apostar que muita gente boa dos Usa vai ver o filme e gostar: serão todos anti-americanos? Se os chuis do filme agem como nazis, a culpa se calhar é dos média americanos que nos bombardeiam com cenas de polícias a sovar desalmadamente cidadâos, pretos de preferência. São americanas as imagens da tortura de prisioneiros no Iraque e Guantânamo, como americanas são as imagens de cenas chocantes na fronteira com o México. Pois é, mas os nossos críticos não esquecem Álamo, nem Pearl Harbour, nem o 11 de Setembro. Por isso eles amam a Rocky Balboa.
Bom, com tudo isto, a gente fica mesmo sem saber se o filme é mesmo tão mau que mereça o linchamento (como se sabe uma invenção do americano Lynch, não o David) e por isso as salas onde o filme persiste continuam a registar boas audiências. Azar dos távoras. Por mim confesso que continuo a prefirir o "Amores perros", mas Babel, meus caros, está longe de ser um mau filme. A propósito, também gosto muito de "O triunfo da vontade" da Leni Riefenstahl, apesar de nazi primário e de Intolerance, apesar de americano primário, e do Couraçado Potemkine, apesar de comunista primário. E também não perceberam o que faz lá a espingarda do japonês, coitados. Não sabem que em 1853 foi o comodoro americano Perry que forçou os japoneses a abrirem os seus portos ao comércio dos usa. Azar dos távoras, que eles aprenderam bem depressa. Em resumo, continuem a ler as críticas, mas não se fiem nos críticos que utilizam argumentação primária e sectária.
a rainha de inglaterra e o bairro chinelo
há 50 anos, comemoram-se agora, a então jovem rainha de inglaterra entrava de rolls royce recentemente adquirido, pelo largo do palácio de queluz aninhado de gente arrebanhadamente limpa para receber tão ilustre visitante.
isabel juntava-se em portugal ao filipe que andava há uns meses fora de casa a passear pelo seu império.
o reencontro era o que hoje os jornais chamariam a visita do século (coisa que como sabem chamam a, pelo menos, 3 acontecimentos parecidos em cada 6 meses)
o salazar queria um visita sem mácula. tudo preparado até ao mais ínfimo pormenor.
a mistura do pitoresco com o monumental.
a imagem oficial dos pobres, mas limpos e honrados, e com um passado orgulhável.
os putos da escola primária de branco imaculado e bandeirinhas na mão a acenar na primeira fila. junto aos pides e à população de queluz.
em frente ao palácio fica o bairro chinelo, que era, juntamente com o 'senhor da serra' (no lado oposto de queluz, quase em belas) a mancha negra da aldeia (a vila viria mais tarde) e que, por isso mesmo, era necessário esconder dos reais olhos.
o bairro chinelo, ou mais pomposamente bairro conde almeida araújo por ter sido construído em terrenos cedidos por carlos almeida araújo (o tal conde..) nos primeiros anos da república.
se o nome oficial deriva do generoso ofertante, o nome oficioso vem dos seus primeiros habitantes terem sido artífices e do facto de um deles ter uma oficina de chinelos.
e ali nasceu mesmo em frente do republicano palácio, do outro lado do largo, com uma frente de 'vilas' que 'tapavam' as restantes pequeníssimas casas do bairro, resultantes de uma última oferta de terrenos do conde convertido à república.
a organização da visita tratou de, entre árvores transplantadas, sebes, muros e outros obstáculos visuais, esconder a vista do bairro que contrasta com o agora candidato às 7 maravilhas do portugal moderno.
a manhã da minha terça feira de carnaval foi passada por lá.
entre a chuva, as ruas e as pessoas.
como sempre desconfiadas perante o estranho e depois abertas ('o meu nome é zé ..., a minha casa é aquela ali.. volte com melhor tempo') quando digo que por ali andei na escola, que ali conheci os começos do 'desportivo', que por ali comi o meu primeiro gelado feito de cubo de gelo com uma mistura de xarope de laranja.
uma das 'pontas' do largo central do bairro.
infelizmente a senhora que fez as obras de renovação da casa ao fundo, não viveu para a gozar.
a 'fachada' fronteira ao muro do palácio e que foi escondida para que não fosse vista de fora
a entrada do bairro, junto ao chafariz e à pousada/antiga escola
21 de fevereiro de 2007
Há dias assim...
Hoje o Chelsea não jogou nada bem, não gostei mesmo nada de os ver jogar.
Assim, aquela outra equipa, o... ahhh... Pronto, os outros, até fizeram boa figura!
Assim, aquela outra equipa, o... ahhh... Pronto, os outros, até fizeram boa figura!
a cova funda, o joselito, as frustações e o monte abraão
a cova funda fica bem ao fundo da rua vieitas, sobranceira á rua das bruxas.
limitada pelos arcos que atravessam o vale do jamor e acabam num tanque sobranceiro ao velho largo dos bombeiros.
a cova funda era uma espécie de depósito de lixos e fim da terra.
a primeira não ida ao cinema está directamente ligada à cova funda.
ia com os meus irmãos mais velhos ver, no piolho, o joselito no marcelino pão e vinho, quando, por artes mágicas, eles me deixaram na cova funda e bazaram para o cinema sem mim.
durante muito tempo imaginei o cinema como uma pequena tira no cimo duma parede lateral onde se projectavam as imagens.
nunca vi esse filme (excepto uns pequenos pedaços nas sessões de cinema televiso á tarde de fim de semana).
mas nunca esqueci a sensação de abandono no meio da cova funda.
este
é o local da cova funda. há imensos anos
hoje tem um prédio amarelo que já foi mais vivo.
o monte ao fundo é o monte abraão, ao tempo local de grandes searas e caçadas.
os montes de pedras que os agricultores juntavam para limpar o terreno, eram urcas imensas de coelhos bravos.
um dia ainda lá levai um chumbo perdido no peito.
uma leve queimadura foi o saldo final.
e este
sou eu a ver o meu primeiro filme no ginásio do atlético de queluz, onde a maior parte das vezes os filmes eram os grandes jogos da nba quando os lakers ainda não estavam em los angeles e onde uma imensa maioria de putos começou a aprender a gostar de desporto, gostando de basquetebol.
limitada pelos arcos que atravessam o vale do jamor e acabam num tanque sobranceiro ao velho largo dos bombeiros.
a cova funda era uma espécie de depósito de lixos e fim da terra.
a primeira não ida ao cinema está directamente ligada à cova funda.
ia com os meus irmãos mais velhos ver, no piolho, o joselito no marcelino pão e vinho, quando, por artes mágicas, eles me deixaram na cova funda e bazaram para o cinema sem mim.
durante muito tempo imaginei o cinema como uma pequena tira no cimo duma parede lateral onde se projectavam as imagens.
nunca vi esse filme (excepto uns pequenos pedaços nas sessões de cinema televiso á tarde de fim de semana).
mas nunca esqueci a sensação de abandono no meio da cova funda.
este
é o local da cova funda. há imensos anos
hoje tem um prédio amarelo que já foi mais vivo.
o monte ao fundo é o monte abraão, ao tempo local de grandes searas e caçadas.
os montes de pedras que os agricultores juntavam para limpar o terreno, eram urcas imensas de coelhos bravos.
um dia ainda lá levai um chumbo perdido no peito.
uma leve queimadura foi o saldo final.
e este
sou eu a ver o meu primeiro filme no ginásio do atlético de queluz, onde a maior parte das vezes os filmes eram os grandes jogos da nba quando os lakers ainda não estavam em los angeles e onde uma imensa maioria de putos começou a aprender a gostar de desporto, gostando de basquetebol.
Alberto
Não gosto do homem. Acho que é mal criado, arruaceiro, prepotente, etc, etc, etc... e assim sucessivamente...
Mas desta vez até estou de acordo. Se tem menos dinheiro para gastar, tem de reformular o programa e ir a eleições. Embora, tudo isto só sirva para lhe aumentar a força e o poder na Madeira. Mas os argumentos são lógicos... a lógica da sua utilização é que é... ilógica!
Desta vez, o circo parece-me um pouco mais credível, embora essas razões possam ser bastante discutíveis. O problema de João Jardim é a má criação de um menino que não está habituado a ser confrontado. Ao longo dos anos, os diversos líderes do PSD têm feito o possível para não o desafiar... e ele tem crescido à sombra do medo que provoca nos comparsas de partido. É para mim incompreensível que ele tenha o poder para dizer o que lhe apetece dos titulares de cargos públicos, chamando-lhes todos os nomes e mesmo assim ainda se julgar merecedor de respeito. Respeito esse que, ainda mais incompreensívelmente, todos lhe dedicam. Aposto que se fosse eu a dizer um daqueles impropérios já há muito que estava com os costados num tribunal para provar o que estava a dizer.
Por falar em tribunal... hoje de manhã pude confirmar a existência de testículos ligeiramente abaixo da minha cintura, que julgo ser o local apropriado para eles. Vou falar com o meu advogado para o obrigar a provar que eu não tenho testículos... Mesmo que João Jardim alegue que se tratava apenas de uma expressão popular eu vou dizer que a minha mulher desde aquele dia, olha para mim de maneira diferente, pensando, certamente, que a enganei quando lhe disse que era um homem normal e, por isso, exigo ser indemnizado por danos morais...
Para finalizar... estou de acordo com a sua demissão. O pior desta sua atitude é o facto de ele tornar a ser eleito nas próximas eleições. Mas sobre isso nada se pode fazer.
a minha escola
entre esta foto,
que deve coincidir, a avaliar pela data, com a minha terceira classe (talvez seja um daqueles putos junto à primeira porta, que era a minha sala de aulas)
e esta,
vão umas dezenas de anos.
era o tempo dos passeios pelo bairro chinelo, as laranjas roubadas da quinta do palácio, as fugas à gnr, desde o tanque das figueiras, com as roupas na mão, o saltar os muros da matinha, o tempo dos banhos no açude do jamor, o gozo ao 'bombo da festa' de todos os putos: o 'carlinhos do conde', o mais famoso homosexual daqueles tempos em queluz e prato gratuito dos pobres do quartel de queluz que ficava mesmo ao lado do seu local de trabalho (o palácio do 2º marquês de pombal)
este fim de semana andei por aquelas zonas.
de volta ao bairro chinelo, ao largo do palácio, à 'quinta do pai do hugo', que era afinal o viveiro da junta autónoma das estradas.
a eles voltarei.
que deve coincidir, a avaliar pela data, com a minha terceira classe (talvez seja um daqueles putos junto à primeira porta, que era a minha sala de aulas)
e esta,
vão umas dezenas de anos.
era o tempo dos passeios pelo bairro chinelo, as laranjas roubadas da quinta do palácio, as fugas à gnr, desde o tanque das figueiras, com as roupas na mão, o saltar os muros da matinha, o tempo dos banhos no açude do jamor, o gozo ao 'bombo da festa' de todos os putos: o 'carlinhos do conde', o mais famoso homosexual daqueles tempos em queluz e prato gratuito dos pobres do quartel de queluz que ficava mesmo ao lado do seu local de trabalho (o palácio do 2º marquês de pombal)
este fim de semana andei por aquelas zonas.
de volta ao bairro chinelo, ao largo do palácio, à 'quinta do pai do hugo', que era afinal o viveiro da junta autónoma das estradas.
a eles voltarei.
o chafariz do palácio
este chafariz
acompanhou-me durante 4 anos.
para aqui transportava com os meus amigos os peixes que roubavamos das fontes do jardim do palácio.
sempre achavamos que lhes fazia bem mudar de ares. ou de águas.
era sempre um trabalho arriscado transportar peixes nos bolsos das batas.
mas nunca falhou um a curta viagem.
também era para cima das duas barras de ferro que subiamos para beber água.
a primeira coisa que me fascinou naquele chafariz, por estranho que pareça, não foi o enorme 'mostro' de boca aberta por onde bebia água.
era este estranho picotado que, por uma razão inexplicável eu associava a uma grande cidade à beira mar, e que eu me entretia a inundar lentamente com a água do lago.
acompanhou-me durante 4 anos.
para aqui transportava com os meus amigos os peixes que roubavamos das fontes do jardim do palácio.
sempre achavamos que lhes fazia bem mudar de ares. ou de águas.
era sempre um trabalho arriscado transportar peixes nos bolsos das batas.
mas nunca falhou um a curta viagem.
também era para cima das duas barras de ferro que subiamos para beber água.
a primeira coisa que me fascinou naquele chafariz, por estranho que pareça, não foi o enorme 'mostro' de boca aberta por onde bebia água.
era este estranho picotado que, por uma razão inexplicável eu associava a uma grande cidade à beira mar, e que eu me entretia a inundar lentamente com a água do lago.
a janela para o mundo dava para coisa nenhuma
durante mais de um ano esteve em frente ao televisor ligado.
24 horas por dia.
as noticias do iraque despejaram milhares de mortos e muitos mais milhares de feridos.
assistiu impávido ao katrina.
às vitórias e às derrotas nos super bowl sem que isso o afectasse.
metralhado pelos anuncios intermináveis da televisão americana nos constantes intervalos de que são feitos os programas.
passavam os 6 episódios da terceira série do lost e mais os não seis quantos do prison break e do dr. house e dezenas da oprah.
passaram todas as soap operas e as dezenas de concursos e os reality shows.
falava o bush e a clinton
o mundo matava-se em frente dele
e renascia
e ele quieto
afinal a vacuidade da janela para o mundo falava para nada.
vicenzo ricardo sentado em frente ao televisor incessantemente ligado já não era daquele mundo.
o mar continuava a bater em hampton bay, mas não o seu coração.
sentado mais de um ano frente ao televisor, estava morto e mumificado.
pouco menos vivo que milhões que apenas mexem o dedo sobre o comando para mudar de canal como se isso os tornasse donos do mundo
pouco menos vivo que os vizinhos que não deram pela sua falta.
também eles sentados em frente a televisores ligados.
este fim de semana, e por causa de uma fuga de água, a polícia de long island entrou na sua casa.
lá estava ele, meio mumificado, sentado em frente ao televisor ligado.
o agente da polícia desligou o televisor.
24 horas por dia.
as noticias do iraque despejaram milhares de mortos e muitos mais milhares de feridos.
assistiu impávido ao katrina.
às vitórias e às derrotas nos super bowl sem que isso o afectasse.
metralhado pelos anuncios intermináveis da televisão americana nos constantes intervalos de que são feitos os programas.
passavam os 6 episódios da terceira série do lost e mais os não seis quantos do prison break e do dr. house e dezenas da oprah.
passaram todas as soap operas e as dezenas de concursos e os reality shows.
falava o bush e a clinton
o mundo matava-se em frente dele
e renascia
e ele quieto
afinal a vacuidade da janela para o mundo falava para nada.
vicenzo ricardo sentado em frente ao televisor incessantemente ligado já não era daquele mundo.
o mar continuava a bater em hampton bay, mas não o seu coração.
sentado mais de um ano frente ao televisor, estava morto e mumificado.
pouco menos vivo que milhões que apenas mexem o dedo sobre o comando para mudar de canal como se isso os tornasse donos do mundo
pouco menos vivo que os vizinhos que não deram pela sua falta.
também eles sentados em frente a televisores ligados.
este fim de semana, e por causa de uma fuga de água, a polícia de long island entrou na sua casa.
lá estava ele, meio mumificado, sentado em frente ao televisor ligado.
o agente da polícia desligou o televisor.
20 de fevereiro de 2007
Comadres e Compadres
Andei por fora. A propósito do Carnaval, juntámos um grupo de amigos e fomos lá para as brenhas do Alentejo. Comer e beber.... até [quase] cair! E ver, também, um bocadinho dos Carnavais de outros tempos.
Os compadres e as comadres acertaram-se nas quintas-feiras que passaram. No Domingo Gordo desfilaram pelas ruas da terra. Depois fizeram-se os bailes e... acabou a folia. Chegou a Quaresma!
Porque será que rareiam os compadres??? Acho que lá na minha zona era primeiro a quinta-feira de compadres... Será? Tenho que me informar! O que é que isto tudo tem a ver com o Dia dos Namorados?
Os compadres e as comadres acertaram-se nas quintas-feiras que passaram. No Domingo Gordo desfilaram pelas ruas da terra. Depois fizeram-se os bailes e... acabou a folia. Chegou a Quaresma!
Porque será que rareiam os compadres??? Acho que lá na minha zona era primeiro a quinta-feira de compadres... Será? Tenho que me informar! O que é que isto tudo tem a ver com o Dia dos Namorados?
Cópias e papéis sociais.
As meninas deviam ser a alegria do lar, pois claro. E ser agradáveis ainda por cima.
Ensinavam isto na escola ainda eu não tinha 9 anos . A minha caligrafia era estranha, as vírgulas pareciam escorpiões de rabinho alçado, as letras irregulares e trabalhosas.
Entenderia o que estava a escrever? Mas de facto era assim. Os rapazes eram educados para serem servidos e nós para servir. Assim claramente.
Nem tudo mudou, apesar de este texto ser politicamente incorrecto hoje em dia. Aliás já o era na época. Às vezes penso em toda a tralha que me meteram na cabeça e respiro de alivio.
E ainda me lembro do verdadeiro ódio que tinha a fazer cópias. Quanto ao desenho penso que quereria incendiar as flores com o candeeiro, só pode. Seria uma verdadeira alegria e dispensava técnicas de reiki.
Se se clicar nas imagens consegue-se visualizar melhor.
Um anúncio impossível hoje em dia
O novo Sagres apresentava-se assim sem medos.
Um tamanho extra logo. Esta era a contracapa de um Século Ilustrado de 1969.
Qualquer coisa nesta composição de página, me faz lembrar o Mad.